- Área: 1200 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Luis Ferreira Alves
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Fabricantes: CIN, Gyptec, Investwood, Schréder, VMZINC
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Centro Interpretativo do Vale do Tua (CIVT) instala-se em dois antigos armazéns ferroviários que estavam desocupados na estação do Tua, em lados opostos da linha do Douro, e o programa que foi proposto para cada um deles explorou a complementaridade e o carácter próprio de cada construção.
Intervir na paisagem impressionante do Douro é um desafio enorme e um grande privilégio. Com esta responsabilidade, desenvolvemos o projecto com a ideia de memória e de transformação sempre presentes, procurando que a leitura dos valores do lugar apontassem pistas para a mudança.
O contexto ferroviário foi também em si mesmo um factor de organização das construções existentes, introduzindo uma leitura longitudinal de todo o conjunto (além de todos os constrangimentos de segurança).
A intervenção no edifício em madeira (sul), com uma construção mais marcante, implicou a criação de novas plataformas exteriores de acesso e um desenho mais assumido ao nível do tratamento do espaço público e da ligação com a rua. Este edifício, recuperado tábua à tábua, está agora transformado no grande espaço de acolhimento e recepção com um programa complementar de instalações sanitárias e arrumos instalados num volume/contentor que não toca no existente, permitindo a leitura do espaço original e a valorização da sua estrutura.
No edifício a norte exploramos uma relação mais directa com o edifício da estação que se reflecte desde logo no passadiço metálico de acesso – que atravessa um pequeno jardim já existente, e uma abordagem mais contemporânea no tratamento da pré-existência (entretanto reconstruída após um incendio em 2009).
No interior desenvolvemos os espaços tendo em vista a instalação de uma exposição de longa duração no piso térreo. No piso superior organizaram-se os espaços para o serviço educativo e os restantes espaços de trabalho num mezzanine.
Em síntese, procurou-se uniformizar os dois tempos da construção com a pele contínua em zinco canelado, de um lado, e o ripado em madeira, do outro, reinterpretando sistemas construtivos e texturas.